São Paulo decreta fase emergencial para frear alta de covid-19
11/03/2021 13:45 em Notícias

São Paulo decreta fase emergencial para frear alta de covid-19 do  r7

Estado tem 9.184 pacientes internados; 53 municípios tem 100% de ocupação de leitos de UTI. Em média, 150 novas admissões por dia

 

O governo de São Paulo anunciou nesta quinta-feira (11) a fase emergencial do plano de flexibilização econômica que determina o funcionamento de estabelecimentos durante a pandemia do coronavírus. Com restrições ainda mais duras, o governo paulista tenta frear a alta de casos de covid-19 que atinge o estado e todo o país. 

Chamada de fase emergencial, a etapa proíbe a realização da atividades esportivas coletivas e cultos entre os dias 15 e 30 de março. As igrejas poderão abrir para que as pessoas entrem e orem, mas não poderão celebrar cultos. 

De acordo com o Centro de Contingência do Coronavírus, as medidas de restrição tem como objetivo aumentar as taxas de isolamento para mais de 50%. "Foi apresentado um estudo no qual quatro regiões de pessoas podem parar de circular", diz. "As medidas aumentam as restrições de 14 atividades colocando 4 milhões de pessoas em restrição."

Haverá, segundo o órgão, restrição em lojas de material de contrução, celebração de atividades religiosas coletivas, atividades esportivas coletivas. Além disso, o teletrabalho passa a ser obrigatório nos setores em que não seja essencial. O centro determinou a suspensão de entrega de alimentos no estabelecimento comercial, somente drive thru.

O coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, Paulo Menezes, afirmou que as medidas restritivas não tem como objetivo cercear a vida da população. "Buscamos proteger a vida das pessoas e o isolamento social nos mostra isso", diz Paulo Menezes. "Apesar de já estarmos na fase vermelha, a situação continua piorando e nós precisamos aumentar o isolamento."

 

 
Fase emergencial em São Paulo vai até 30 de março

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DIVULGAÇÃO

"Nosso estado enfrenta a maior crise sanitária de todos os tempos, mesmo a gripe espanhola não acometeu tantas pessoas como agora. Vários hospitais já estão comprometidos, estamos, portanto, no limite. 53 municípios estão com 100% de ocupação. Na segunda-feira, eram 32 muncípios. Estamos com 87,6% da taxa de ocupação no estado e na Grande São Paulo 86,7% de ocupação em leitos de UTI", disse Jean Gorinchteyn, secretário estadual de saúde. 

São, de acordo com o secretário, 9.184 pacientes internados com covid, número 47% maior do que no pico da primeira onda. Em média, 150 novas admissões nas UTIs a cada dia. "Por mais que estejamos aumentando o número de leitos e aumentaremos nos próximos dias, não é tão célere quanto é a pandemia em nosso estado. Precisamos da ajuda de todos. O que está acontecendo hoje é uma pandemia diferente com, especialmente, idosos. Hoje, em muitas UTIs, 50% da ocupação é composta por pessoas com menos de 50 anos. Mais jovens estão sendo comprometidos.

"Chegamos ao momento mais crítico da pandemia. Essa nova cepa do vírus é muito agressiva", afirma o governador João Doria (PSDB), em vídeo divulgado em suas redes sociais. "É a única forma, repito, é a única forma", afirmou. "Estamos fazendo o que está ao nosso alcance para cuidar e salvar a vida de 46 milhões de brasileiros que vivem em São Paulo. Estamos tentando equilibrar essa equação da economia com a saúde. Mas temos que entrar numa nova etapa do plano São Paulo. Ela é mais restritiva, eu reconheço."

 
Veja o que fica proibido na fase emergencial em São Paulo

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DIVULGAÇÃO/GOVERNO DE SÃO PAULO

Todo o estado já estava classificado na etapa vermelha, até então, mais restritiva. No entanto, com o recorde diário de novos casos de covid-19, o governo paulista decidiu adotar medidas mais rígidas. A previsão inicial era de que a fase vermelha se estendesse até o dia 19 de março.

"Temos de tentar numa nova etapa. Não é fácil tomar essa decisão, uma decisão impopular, difícil, dura. Nenhum governante gosta de parar atividades econômicas do seu estado. Eu principalmente”, admite Doria. “Mas só há duas alternativas neste momento: a vacina e o distanciamento. Vou honrar o cargo que ocupo e fazer o que for preciso para parar esta segunda onda".

Até a última quarta-feira (11), o estado de Sâo Paulo contabilizou 62.570 óbitos e 2.149.561 de infecções pelo novo coronavírus. Entre os diagnosticados com covid-19, 1.908.853 se recuperaram, sendo que 212.691 foram internadas e tiveram alta hospitalar.

Os dados oficiais mostram ainda que 3.617.776 doses de vacinas contra a covid-19 já foram aplicadas em solo paulista até esta quinta-feira (11). Desse total, 2.633.908 tomaram só a primeira dose e 983.868 receberam as duas doses.

 
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